domingo, 1 de março de 2009

20/12/2007

Brancos bons e baratos

Finalmente parece que o vinho branco vem ganhando espaço nas compras dos apreciadores de vinhos brasileiros. Isso é resultado de uma série de fatores, como a própria evolução do gosto do consumidor típico (a grande maioria se inicia neste mundo pelos tintos e somente depois de um bom tempo descobre os brancos), o nosso clima propício aos brancos (calor em grande parte do ano) e a crescente preocupação com a alimentação saudável, que leva ao maior consumo de saladas e peixes. Assim, uma coisa puxa a outra...

Claro que, na média, o consumidor de vinhos ainda gasta muito mais com os tintos (tanto no volume quanto no valor médio dos vinhos), mas percebe-se, cada vez mais, maior interesse por brancos de classe como os borgonhas, os rieslings da Alsácia e da Alemanha, entre outros.

Porém, para o dia-a-dia, o bom senso e o bolso recomendam vinhos mais simples. Aí vão algumas dicas de ótimos brancos com preços muito bons. São todos do velho mundo:

Chartron La Fleur Blanc 2006 - Schröder & Schÿler - Bordeux/França – U$ 18,90 (Mistral)
Um belo Bordeaux branco feito com uva Sauvignon Blanc. Vale cada centavo. Vai bem com peixes e saladas.

Muscadet de Sèvre et Maine Sur Lie 2005 – Domaine Guy Saget - Loire/França – U$ 17,90 (Mistral)
Excelente relação qualidade/preço. Aromático, leve. Vinho ideal para almoços leves em dias quentes.

Prova Régia Arinto 2005 – Quinta da Romeira - Bucelas/Portugal – U$ 21,90 (Mistral)
Outro bestbuy do velho mundo. Feito com a boa uva Arinto, refrescante, aromático. Vai bem até com alguns pratos de bacalhau mais leves.

Escrito por Raul Fagundes Neto às 16h13[ (4) Comentários] [ envie esta mensagem ] [ link ]

17/12/2007

A falta de elegância dos vinhos do novo mundo

Parto para o Chile daqui algumas semanas e vou aproveitar a viagem para visitar vinícolas locais. Já estive em várias, mas a paixão pelo vinho me impede de, mesmo estando no País para descansar, deixar de dar uma passadinha em algumas delas.
Com o subterfúgio de me preparar para as visitas, venho tomando alguns chilenos nos últimos dias, a grande maioria brancos, como o fantástico Sol de Sol Chardonnay 2003 (o melhor do País), o bom Amayna Sauvignon Blanc 2005, além do belo tinto Erasmo 2004, apontado por Patrício Tápia como um dos melhores cortes do Chile em seu Guia Descorchados 2007.

No último final de semana, para acompanhar um pernil de cordeiro ao forno, abri uma garrafa do Floresta 2000, corte de Cabernet Sauvignon e Merlot da gigante e boa vinícola Santa Rita. É um vinho de alto custo (R$ 190,00 a safra 2004 na importadora Grand Cru ), mas achei decepcionante. Extremamente alcoólico (14,5%), pesado, com madeira em excesso, um pouco rústico. Um típico vinho “porrada” do novo mundo, daqueles que você não consegue beber mais do que uma taça e que, geralmente, se sobrepõe à comida.

Este é, para mim, o grande problema dos vinhos chilenos e argentinos. Claro que existem vários ótimos vinhos tintos e brancos nos dois países, mas acho que a grande maioria ainda peca por este estilo “arrasa-quarteirão” que incomoda quem já deixou a fase inicial de introdução ao mundo dos vinhos. Quando comecei a gostar de vinhos, 7 anos atrás, um tinto como o Floresta certamente me encantaria. Já hoje prefiro a elegância e a complexidade que, infelizmente, ainda não é tão comum nos rótulos do novo mundo.

Escrito por Raul Fagundes Neto às 11h18

Nenhum comentário:

Postar um comentário