domingo, 1 de março de 2009

13/12/2007

Garimpando um ótimo português


Uma das coisas que gosto de fazer, como “bom de garfo” que sou, é procurar (e às vezes encontrar) restaurantes novos ou desconhecidos da grande maioria das pessoas. Casas com propostas diferentes, por vezes inusitadas, em locais distantes, até longínquos, que somente nascem e até se consolidam em uma metrópole como São Paulo (mas não só nela). Temos vários exemplos assim por aqui, como os já famosos Il Fornaio D’Itália (criado pelo caricato e temperamental chef italiano Vito Simone, que hoje se dedica a uma pousada na Bahia), A Tal da Pizza (que fica escondida praticamente no meio do mato na região da Granja Viana, em Cotia) e Rancho 53 (um bom português que funciona ao lado de um posto de gasolina em plena Rodovia Castelo Branco), entre outros.

Na semana passada, tive o prazer de “descobrir” um lugar assim. A Quinta do Bacalhau é um restaurante português que bem poderia estar instalado nos melhores bairros de São Paulo, mas fica no Km 39 da Rodovia Raposo Tavares, depois da cidade de Cotia. É longe, muito longe, mas a comida compensa.

A casa tem charme e estilo. Fica em um sobrado pequeno - com não mais do que 30 lugares -, bem decorado, com louça portuguesa e atendimento atencioso, de quem sabe o que faz. O cardápio tem foco no Bacalhau (entre 95 e 105 reais para duas pessoas), mas também traz outras opções, como paleta de cordeiro, algumas saladas, entradas etc. Além dos onipresentes e irresistíveis bolinhos de bacalhau, comi o prato da casa, a Cataplana de Bacalhau, em que o peixe (será que bacalhau é mesmo peixe?) é feito neste tipo de panela fechada (que se parece com as hoje famosas Wok) com tomates e cebolas, servido acompanhado de batatas coradas. Estava muito bom, leve e com ótima textura, sem aquele excesso de sal tão comum aos pratos com bacalhau que comemos por aí, e, que nos fazem beber litros de água após a refeição.

O restaurante – aberto há cerca de um ano – conta até com uma carta de vinhos decente, embora concentrada exclusivamente em tintos e brancos portugueses. A estrela da carta é o Palácio de Buçaco, mítico tinto da região da Bairrada que somente é servido no hotel do mesmo nome em Portugal, e, desde o início de 2007, também no Brasil graças à importadora Mistral. O problema é o preço dos vinhos, em geral 100% maiores do que os cobrados pelas importadoras. Melhor levar de casa um vinho legal e pagar a rolha de apenas R$ 20,00 que a casa cobra.

Portanto, quando você estiver passando pela Raposo Tavares em direção à Ibiúna, São Roque, Sorocaba..., saiba que no Km 39 existe uma ótima opção de comida portuguesa. Você não vai se arrepender.

A Quinta do Bacalhau
Estrada de Caucaia do Alto, 1.597, (Acesso no Km 39 da Raposo Tavares)
Fone: (11)...


Escrito por Raul Fagundes Neto às 15h47[ (7) Comentários] [ envie esta mensagem ] [ link ]

07/12/2007

O vinho virtual!

Quando mais me envolvo com o mundo do vinho, mais me surpreendo com os exemplos de falta de profissionalismo, incompetência e desperdício de recursos que ainda existem no mercado. Um vinho que sempre considerei correto é o Casillero Del Diablo, da chilena Concha y Toro. Já tomei algumas versões dele com ótima relação preço/qualidade, como o Syrah 2005, que outro dia fez bonito em uma degustação às cegas realizada com amigos.
Porém, devido ao seu nome (a menção ao "Diablo"), e apesar de seu grande sucesso comercial em vários países, ele não é importado pela Expand e sim pela multinacional Pernod Ricard. Tudo bem? Responda você mesmo após ler o que ocorreu comigo.
Há pelo menos três meses tenho visto em revistas como Gula e Prazeres da Mesa anúncios sobre o lançamento no Brasil do Casillero Del Diablo Reserva Privada 2005, um vinho premium bem superior a Casillero tradicional (corte de cabernet e syrah), com custo aproximado de R$ 90,00. Fiquei interessado e saí em busca do vinho, primeiro no Pão de Açucar, depois em outros mercados etc. Nunca encontrei e as respostas das pessoas para quem perguntava sobre o vinho sempre foram "Nunca recebemos" ou “Não conheço”.
Comecei a achar absurdo. Afinal de contas, como pode uma empresa multinacional focada em bebidas, gastar alguns milhares de reais para anunciar um vinho que os consumidores interessados não acham para comprar? Seria o tal Casillero Del Diablo Reserva Privada um vinho virtual?
Teimoso e interessado em realmente comprar o vinho, continuei procurando e acessei o site da Pernod Ricard (onde tem um texto sobre o tal vinho). Depois liguei no 0800 deles e perguntei onde achar o Casillero. A resposta foi: "Nos supermercados, senhor!". Mas onde?, perguntei. "Onde o senhor está? Vou estar passando um local na região onde o sr. fica", disse a atendente da Pernod Ricard, usando o tradicional gerúndio. Bem, no final da conversa, a moça informou que no bairro de Pinheiros, no Empório NetDrinks (rua dos Pinheiros, 861), eu finalmente encontraria o vinho.
Pois bem, lá fui eu, e, bingo!, o gerente da casa me informou: "Nunca ouvi falar desse vinho. Aliás, a Pernod Ricard está atrasada em várias entregas para a gente".
Desisti. Acho que o Casillero Del Diablo é um vinho virtual. Ou melhor, talvez a importadora faça um trabalho virtual com o vinho.

Escrito por Raul Fagundes Neto às 11h15[ (3) Comentários] [ envie esta mensagem ] [ link ]

01/12/2007

Pechincha de Bordeaux

A Casa Santa Luzia tem uma bela adega de vinhos, que em geral são caros. Mas algumas vezes encontro lá algumas coisas boas por preços muito bons. É o caso do Chatêau Le Sartre 2003, um bordeaux bem confiável de Pessac-Leognan que eles estão vendendo por R$ 73,00. O vinho vale mais do que isso e a Expand vende a safra 2002 do Le Sartre por "meros" R$ 188,00.
Para quem gosta de bordeuax, vale a pena passar lá e levar uma ou mais garrafas.

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