domingo, 1 de março de 2009

17/03/2008

Pinot Noir: Borgonha e EUA

Confesso que, até dois anos atrás, os vinhos feitos com Pinot Noir eram um enorme ponto de interrogação para mim. Já tinha experimentado um ou outro tinto desta cepa, mas nunca achei nada demais, certamente porque só havia provado um ou dois pinots do Chile e alguns exemplares bem simples da Borgonha.

Isso começou a mudar quando participei de um evento da Mistral e degustei grandes borgonhas produzidos por Joseph Drouhin, um dos mais respeitados produtores e negociantes da região. Achei os vinhos, desde os mais básicos até os Premiers Crus e Grands Crus, muito bons, alguns fantásticos, pela complexidade, elegância, leveza.
Desde então tenho procurado conhecer mais o mundo dos vinhos produzidos com pinot noir, em especial os da Borgonha, em que pese o preço altíssimo destes vinhos aqui no Brasil. Me arrisco a comprar, em algumas ocasiões, um Premier Cru de um produtor não estrelado, de crus menos badalados, ou então, vou atrás de algumas promoções interessantes. Recentemente, em um jantar-degustação com amigos batizado de “aves da França com vinhos franceses”, um Borgonha que levei, o Corton Lês Renardes Grand Cru 1999 (produzido por Anne-Marie Gille), foi considero o vinho da noite por unanimidade, deixando para traz dois grandes Chateauneuf du Pape (entre os quais o Clos des Papes 2005, considerado o melhor vinho do mundo pela Wine Spectator) e um Bordeuax do Pomerol. Logicamente todos os vinhos eram fantásticos, mas o Corton encantou pela sutileza, elegância, complexidade.

Mas são somente os Borgonhas têm me encantado. Tenho tomado vários pinots dos Estados Unidos, tanto do Oregon quando da Califórnia. Alguns são excelentes, longevos, intensos, os melhores produzidos fora da Borgonha. Há alguns meses tomei um Robert Mondavi Coastal Pinot Noir 1997 que estava muito bom com 11 anos de vida, mas o destaque mesmo foi o vinho que bebi no último domingo, saboreando uma codorna recheada com cogumelos no restuarante Al Mirto, em São Paulo. O exemplar era o Don Miguel Vineyard Pinot Noir 1997 Marinar Torres Estate (grupo espanhol Miguel Torres), oriundo de vinhedos localizados na região de Russian River Valley, na Califórnia. Um grande vinho, também com 11 anos, mas que ainda suportaria mais dois ou três de garrafa. Aromas de couro, musgo, flores secas. Complexo, elegante, longo.

A cada dia que passa e quando mais eu experimento os vinhos produzidos nos Estados Unidos, mais eu me lembro de uma afirmação de Nicolás Catena, para quem os Estados Unidos produzem hoje os melhores vinhos do mundo, ao lado da França, logicamente. Em minha opinião não há como negar, isso é um fato.

07/02/2008

Promoções de início de ano

Peço desculpas pela longa ausência motivada pela junção entre o período de festas de fim de ano, férias de janeiro e carnaval.

Antes de falar do Chile, onde estive em Janeiro, gostaria de comentar as já tradicionais liquidações e promoções que as importadoras promovem no início do ano.

Minha percepção é que a Expand, por sempre sair na frente e fazer seu chamado “sale” na primeira quinzena de janeiro, acaba levando vantagem, tanto no volume de vendas (já que acaba consumindo grande parte do orçamento do enófilo para isso), quanto em posicionamento, pois muitas importadoras acabam correndo atrás do que já foi feito.
Mas o que proponho discutir aqui é se realmente vale à pena comprar nestas promoções. Será que estamos comprando vinhos com desconto mesmo? Ou apenas pagando um preço menos absurdo por eles?

Escrito por Raul Fagundes Neto às 18h26

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