segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Leitão com tinto da Bairrada


A foto aí de cima é do porquinho de leite que preparei domingo passado em casa, recheado com farofa de milho, macadêmias e uvas-passas. Foi adaptado de uma receita do chef franco-carioca Claude Troisgros, mas sem o coentro (que ele usa sempre e eu não gosto) no tempero, substituído por salsinha. Comprei a carne no açougue Porco Feliz do Mercado Municipal (eles entregam onde você quiser). O porquinho tinha apenas 4 kg e ficou 5 horas em forno baixo.

Para acompanhar o leitão optei pela tradição, iso é, um tinto da região portuguesa da Bairrada, famosa pelo leitão local. Escolhi o Termeão 2003 do produtor Campolargo, feito a partir de Touriga Nacional (75%), Cabernet Sauvignon (15%) e Castelão Nacional (10%). Foram engarrafadas apenas 2875 unidades do vinho.

Bom rótulo, bem feito e com taninos bem resolvidos, o Termeão não foi a melhor escolha para acompanhar o leitão. O vinho tem um estilo mais novo mundo e a acidez, embora boa, não foi páreo para a rusticidade do prato, que sobrou. Melhor seria, acredito, se tivesse optado por um exemplar do Alentejo ou da espanhola Rioja.

Mas isto não me impediu, é óbvio, de saborear o leitãozinho com o Termeão. Até a próxima.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Dois Brancos para acompanhar peixes e frutos do mar

Nas ultimas semanas bebi dois vinhos brancos muito bons para acompanhar frutos do mar e peixes em geral. Ambos com ótima relação qualidade preço.

Um deles é o Quinta de Cabriz Colheita Selecionada Branco 2007, que custa uns R$ 25,00 (a Expand está vendendo a garrafa do vinho por 12,50 em sua loja no Premium Outlet, na rodovia dos Bandeirantes, pois não é mais a importadora do produtor, a Dao Sul). Tomei o vinho na Peixada do Lago, um restaurante famoso de Pedreira (cidade próxima a Campinas), que serve o melhor pintado na brasa que já comi. Vale a pena conhecer o vinho, muito refrescante, gostoso. Se for na Peixada do Lago, melhor ainda.
Já o Ostatu Blanco 2008 da Rioja (trazido ao Brasil pela CultVinho por apenas R$ 38,00) eu tomei em casa, para acompanhar um almoco com polvo no vinagrete e lula à provençal. Estava muito bom, também refrescante, leve, gostoso, com notas cítricas e algo mineral. É produzido a partir das castas Viura e Malvasia. Recomendo.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Marcel Lapierre Morgon 2004

Gosto dos Beaujolais, em especial dos crus de Beaujolais, advindos dos terrenos de Morgon, Saint-Amour, Moulin-à-Vent, Fleurie e Brouilly. São vinhos alegres, leves, elegantes, perfeitos para a primavera e que permitem até um certo envelhecimento.

Comprei há pouco mais de dois anos duas garrafas de um belo Cru de Beaujolais, o Marcel Lapierre Morgon 2004, feito a partir da Gamay de forma natural. À época, abri o vinho para acompanhar uma Frango Caipira em crosta de sal. Belo casamento, aliás. O vinho estava excelente, elegante, leve, com frutas frescas na medida, redondo na boca.

No feriado prolongado passado abri outra garrafa do Marcel Lapierre Morgon 2004 que estava em minha adega, desta vez para acompanhar uma Galinha d'Angola ao forno. Ainda estava excelente, mas já demonstrava boa evolução ao nariz e na boca.

É um vinho que vale a pena conhecer. O exemplar da safra 2007 custa R$ 145,00 na Worldwine.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Degustação Memorável: magnum de Château d'Yquem 1994

A última degustação da Confraria dos Amigos da Rolha terminou em grande estilo, com um presente oferecido pelo confrade Sylvio Lazzarini: uma garrafa magnum do mais famoso vinho de sobremesa do mundo, o Château d'Yquem, safra 1994.

Para quem, como eu, nunca tinha tinha tomado o d'Yquém, foi um momento especial. O sauternes é realmente insuperável. Pena que, após a degustação de nove garrafas de toscanos e piemonteses, a turma não tinha mais condições de aproveitar todo o conteúdo da garrafa magnun. Esta ficou pela metade, mas foi devidamente guardada para outras oportundidades.



quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Degustação Memorável: o raro e caro Masseto IGT 2002

Além do desafio Piemonte x Toscana onde brilharam barolos, barbarescos, brunellos e supertoscanos, como o campeão Gaja Barbaresco 1989, a degustação da Confraria dos Amigos da Rolha, no último dia 5 de outubro, também teve duas gratas surpresas.

A primeira delas foi uma garrafa, oferecida pelo confrade João Camargo, do raro e caro Masseto IGT 2002, tinto 100% Merlot produzido pela Tenuta dell'Ornellaia. É um vinho especial, de exceção, com pequena produção, muito difícil de ser encontrado, comercializado somente através de alguns negociantes de Bordeaux e mesmo em leilões. Seu preço é alto, em torno de U$ 300 a U$ 500 no exterior.

Muitas vezes acho que alguns vinhos criam em torno de si uma imagem, uma aura que não se justifica ao serem bebidos. Mas confesso que fiquei impressionado com a qualidade do Masseto, um vinho realmente espetacular, sem arestas, redondo.

A segunda surpresa conto no próximo post.

* O sempre atento leitor Eugênio Oliveira corrigiu uma informação que tinha passado acima sobre a ausência do Masseto no Brasil. Na realidade o vinho está disponível aqui por meio da Grand Cru ao estratosférico preço de R$ 2.370,00, safra 2005.

Degustação memorável: Gaja Barbaresco 1989

Um Gaja Barbaresco 1989 foi o principal destaque de uma degustação memorável realizada pela Confraria dos Amigos da Rolha na ultima segunda-feira (5/10) em São Paulo. Sob o tema Piemonte x Toscana, foram degustados oito rótulos distintos, em um notável painel das duas regiões: barolos e barbarescos, de um lado; brunellos e supertoscanos, de outro.

Eleito com louvor o melhor da noite, o Gaja Barbaresco 1989 estava sensacional, uma verdadeira obra de arte do produtor italiano Angelo Gaja. Difícil não se render aos encantos de um vinho como aquele.

O Piemonte também abocanhou o segundo lugar com um Barolo Ornato 2004 de Pio Cesare, seguido por outros grandes rótulos, como Brunello di Montalcino Il Principe 1991, Brunello di Montalcino Tenuta Nova Casanova de Neri 2003, Grattamacco Bolgheri Superiore IGT 2002, Aldo Conterno Barolo Romirasco DOGC 1993, Brunello di Montalcino La Poderina 1997 e Sassicaia 1995, o famoso supertoscano do Marchesi Inciso della Rocchetta.

Esta série fantástica de vinhos foi depois saboreada com pratos classicos italianos: Bresaola della casa, Raviolone all'uovo tartufato e Maialino crocante acompanhado de risoto com ragu do próprio leitão.

Inesquecível!