terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Espanhóis de classe

Fizemos a segunda reunião da confraria aqui da Granja Viana poucos dias antes do Natal, desta vez avaliando tintos espanhóis das regiões de Rioja e Ribeira Del Duero.
Embora majoritariamente produzidos com a Tempranillo - que em território espanhol recebe outros nomes, dependendo da região -, os vinhos Espanhóis apresentam uma diversidade interessante. Um tinto da Rioja é totalmente diferente que um tinto de Ribeira, que é diferente do Priorato..... São terrenos, climas e estilos distintos que marcam cada região, cada produtor.

Acho que o s Riojas tradicionais, produziros pelas grandes empresas, são, em geral, muito caros pelo que oferecem. Não é o caso dos Riojas "de família", com pequena produção. O mesmo vale para os Riojas ditos modernos. Já os Ribeiro Del Deuro são mais intensos, potentes, amplos, alguns exageradamente.

Em nossa degustação o vencedor da noite foi o único Ribeira Del Duero presente, o Fuentespina Reserva Especial 2003, um belo vinho produzido por Avelino Veras que até pouco tempo atrás era distribuído no Brasil pela Expand. Hoje já não tenho certeza.

Além dele estiveram presentes o sempre excelente Beronia Gran Reserva 2001, o 904 Gran Reserva 1997 de La Rioja Alta, o Marquês de Riscal 2004 Reserva e o Viña Alberti Crianza 2003 (também de La Rioja Alta).

domingo, 19 de dezembro de 2010

Bacalhau, novamente.

Gosto muito de bacalhau, mas acho muito difícil comer um prato de bacalhau realmente gostoso nos restaurantes em geral. Na maioria dos casos a receita é carregada com molhos espessos e pesados (molho branco, catupiry, molho de tomate etc.) ou então tem sal demais (consequência do processo mal feito de dessalga). Algumas vezes ocorre as duas coisas. Outro problema: a preparação do bacalhau é muitas vezes errada, pois o peixe fica muito tempo no forno, tornando-o ressecado.

Gosto de bacalhau bem dessalgado (no mínimo três dias na geladeira com trocas de água a cada 6 horas, em média) e feito na panela, enriquecido por temperos e ingredientes variados. Se faltar sal, basta corrigir no preparo. Sal sempre é melhor faltar do que sobrar, certo?

Já escrevi aqui do bacalhau que faço na panela Wok, refogado com brócolis, baby cenoura, cebola, tomate cereja, ovo de codorna e azeitona. Fica sensacional. Ainda mais se você finaliza com pimenta vermelha, um pouco de salsinha, coentro e hortelã.

No último fim de semana minha mulher fez uma receita parecida, na verdade um refogado para rechear uma torta de bacalhau para a ceia de Natal. Ficou tão bom que decidimos pegar parte dele e comer no almoço de domingo acompanhado de arroz branco e polvo grelhado (polvo que o pessoal do Zé Felix/Chez Maria gentilmente me deu). Estava delicioso.

Melhor ainda acompanhado de um Amélia Chardonnay 2007 da Concha y Toro, um dos melhores exemplares dessa uva proveniente do Chile. E aqui entra outra questão: bacalhau, para mim, tem que ser com vinho branco. Alguns tintos até vão bem com este peixe, mas um branco com estágio em madeira é a melhor combinação, seja ele um chardonnay (do Novo ou do Velho Mundo), um português (vinho verde não!) ou um belo espanhol.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Espanhol bom e barato

Tomei hoje (sábado, 18/12) um espanhol bom a barato (R$ 49,00) que a Cultvinho está trazendo ao Brasil. É o Viñas de Olivara 2009 , um tinto da região de Toro feito com a versão local da Tempranillo, já chamda de Tinta do Toro.

É um vinho leve, fácil, gostoso, que vai bem com carnes vermelhas em geral e também com pratos mais leves. No meu caso, arrisquei este rótulo como acompanhamento para uma Vitela à milanesa com risoto de limão Tahiti, - em vez das harmonizações mais tradicionais (pinot noir leve, gamay ou um rosado) - e me dei bem.

domingo, 21 de novembro de 2010

Gavi, um belo branco italiano

Quem gosta de branco, como eu, precisa conhecer algumas uvas e estilos de vinhos que fogem do padrão Chardonnay e Sauvignon Blanc. Agora ambos - do velho e do novo mundo, mas também gosto de brancos portugueses, espanhóis e italianos produzidos com uvas autoctenes.
Um bom exemplo é o Gavi, um branco DOCG (Denominazione di Origene Controlatta e Garantita) da região do Piemonte, na Itália, produzido com a casta Cortese. É elegante, refrescante e diferente.

Tomei no final de semana um Gavi 2007 do famoso produtor Michele Chiarlo. Estava muito bom e combinou bem com um risotto de camarão com tomates confitados.

Avaliando chilenos

Participo agora de mais uma confraria, desta vez aqui na região da Granja Viana.
Nosso primeiro encontro foi quinta-feira passada no Cabaña Del Assado, bom restaurantes que carne que abriu recentemente por aqui.
O tema foi vinhos chilenos, para mim, os melhores da América do Sul. Não que eu não goste dos argentinos, pelo contrário, gosto bastante de muitos malbecs, cabernets e syrahs de lá, mas acho que os chilenos são mais consistentes.
Voltando à degustação. Foram quatro vinhos: Montes Alpha Cabernet Sauvignon 2008, Terrunyo Carmenère 2003, Viña Maipa Gran Devocción Cabernet Sauvignon/Syrah 2007 e Château Los Boldos Vielles Vignes Merlot 2008.

O mais diferente da noite foi o Château Los Boldos, um merlot exótico, com aromas intensos de groselha, mais parecendo um gamay de Beaujolais. Para mim o melhor foi o Montes Alpha, sempre uma escolha segura, enquanto o Terrunyo Carmenère - aclamado como um dos melhores representantes desta cepa no Chile - me decepcionou. Era muito bom, mas eu esperava mais.

domingo, 24 de outubro de 2010

Camarão e Borgonha

A cada dia gosto mais de vinho branco. Além de nosso clima pedir vinhos mais leves, também pesa em minha escolha uma atual preferência por pratos mais leves, como os peixes e frutos do mar. Por causa disto, estou torcendo para termos bons dias (e finais de semana) de verão (quentes e ensolarados) nestes últimos meses do ano.

Embora tanto o sábado quanto o domingo passado (23 e 24/10) tenham apresentado um clima estranho - por vezes frio, outras anemo - decidi preparar camarões na brasa no domingo passado. Preparei também uma salada de polvo grelhado com verduras e legumes e um arroz com salsinha e amêndoas.

Para acompanhar, escolhi um branco da Borgonha. O Derniers Jus Récolte 2007 do Domaine Guffens, importado no Brasil pela Worldwine (acho que custa aproximadamente R$ 130,00). Estava excelente. Um grande branco, com elegância e intensidade, sem alguns excessos dos Chardonnays do Novo Mundo.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Restaurantes em New York


Aproveitei uma breve estada em Nova York para conhecer alguns restaurantes da cidade, reconhecida como a capital gastronomica do mundo. Lá você encontra de tudo, e, o que é inexplicável, quase sempre mais barato que em São Paulo.

Estive algumas vezes em um local que virou moda, o Le Pain Quotidien. É um misto de padaria e restaurante que nasceu na Bélgica, se espalhou pela Europa e já tem mais de uma dezena de unidades em NY. O local tem atmosféra rústica, e, como centro das atenções, uma mesa coletiva (communal table) onde são servidos desde itens do café da manhã até lanches, quiches, saladas e pratos bem elaborados. O estilo é totalmente francês e o conceito é a sustentabilidade, já que boa parte do é servido é orgânico (dica: um excelente porto seguro para quem não gosta do padrão americano de café da manhã).

Também visitei o A Voce, um italiano que recebeu 1 estrela do guia Michelin New York 2010. A casa fica na região de Gremarcy, esquina da Madison Ave. com a 26th Street. Ambiente muito bom, excelente carta de vinhos e um menu enxuto, porém interessante. Comi Spaghetti a la Chitarra com seafoods, zucchini e chilli. Embora um pouco apimentado para meu gosto, estava muito saboroso. A conta mais uma vez mostrou como São Paulo é absurdamente cara. Por um jantar com couvert, água (ambos não são cobrados), prato e duas tacas de vinhos branco ficou em US$ 51. Com o servico ficou US$ 56. Onde em Sao Paulo você come bem por isto?

Outro italiano muito bom (2 estrelas no Michelin) é o Alto, que fica 53rd Street entre a Madison e a Fifth Avenues. Ambiente mais sério e formal, boa comida e excelente carta de vinhos, inclusive com diversas opções de brancos e tintos em taça.

Estive, ainda, duas vezes no Bar Boulud, terceiro restaurante do chef frances Daniel Boulud em Nova York. Tentei ir no Café Boulud (versão mais barata do famoso e caro Daniel), mas não consegui. Entretanto o Bar Boulud compensa. Um bistrô simples, com comida de excelente qualidade e ótima oferta de vinhos em taça. Comi lá um maravilhoso magret de pato, acompanhado de um belo pinot noir californiano, o Copain Tous Ensemble 2008.

www.lepainquotidien.com/us/

www.danielnyc.com/barboulud.html

http://www.avocerestaurant.com/

http://www.altorestaurant.com/

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Espanha: Madrid e Barcelona



Passei férias entre Madrid e Barcelona em julho. Foi mais uma viagem mais gastronômica do que enófila, primeiro porque decidi – devido ao pouco tempo de estada na Espanha – não visitar regiões vinícolas, e, segundo, porque o calor de 35º, 40º nas duas cidades praticamente me obrigou a beber somente vinhos brancos, quase sempre em taças ou ½ garrafa.
Em dez dias visitei diversos restaurantes estrelados pelo Guia Michelin e outros não estrelados nas duas cidades .

**

Barcelona é uma bela cidade, mas não é tudo isso que se diz por aí. Acho que esta impressão minha está relacionada ao perfil “alternativo” de muita coisa por lá. Confesso que não tenho paciência para coisas e pessoas muito alternativas, acho chato, cansativo, forçado. Mas vamos aos restaurantes:

Entre os estrelados, estive no Comerç24 (1 estrela) e no Lasarte (2 estrelas).
O Comerç24, comandado pelo chef empresário Carlos Abellan (ele tem outras casas na cidade) foi um dos melhores restaurantes em que estive na Espanha, sem dúvida alguma. Adepto da linha de Ferran Adrià, o chef realmente apresenta uma cozinha diferente e muito saborosa. A casa é toda moderna, com luzes indiretas e móveis coloridos. Experimentei o menu degustação, excelente. Também no Comerç24 tomei o melhor vinho branco da viagem, feito na região do Penedés com a uva Xarel.lo.

Também gostei bastante do Lasarte, embora menos do que do Comerç24. E o Lasarte é bem mais caro. O restaurante fica no Hotel Condes de Barcelona e é comandado pelo badaladíssimo Martín Berassategui, que também faz a tal da linha “tecnoemocional”, com espumas e esferas. Lá comi o melhor Jamón Ibérico da viagem.

Fora dos estrelados, estive no Els Pescators (de frutos do mar, apenas razoável), no El Quim (no mercado da Boquería, onde se come frutos do mar excelentes) e no maior mico da viagem, o bar de tapas El Xampanyet, recomendado por 10 entre 10 guias de viagem. Um lugar imundo, onde presenciei situações escabrosas. Um lixo!

**
Madrid é mais cidade. Cosmopolita, cheia de alternativas, sem o regionalismo idiossincrático de outras regiões. Nos dias em que fiquei lá fiz um bom roteiro gastronômico, alternando casas tradicionais e representantes da nova cozinha espanhola.
Visitei o Botin, restaurante mais antigo do mundo, que já vale a visita somente por isso. A comida é boa. Também estive no La Bola, apontado pelo Michelin como um dos lugares onde se come bem e barato na cidade. Lá comi um maravilhoso pernil de baby cordeiro, desmanchando. Outra boa, aliás, ótima casa em que estive foi o La Traineira, espetacular casa de pescados de Madrid. Não agüentei e voltei lá com minha esposa mais uma vez para saborear os canapés de gambás, ameijaas, salpicón de mariscos, gambás cocidas a la plancha etc.


Entre os estrelados do Michelin, estive no Santceloni (2 estrelas), no La Broche e no Ramón Freixa, ambos com 1 estrela. O melhor foi o Ramón Freixa, onde encontrei uma comida criativa e diferente, como por exemplo uma entrada de tomate em vários tempos, onde o fruto é apresentado de várias formas. O cardápio da casa segue esta linha, sempre com ótima qualidade. Comemos peixe – rodovalho e salmonete, acompanhado do branco riojano Predicador.

Já o La Broche, também com uma estrela, é mais imponente, mas tem uma comida também na linha tecnoemocional. Destaque para os snacks do chef (presente em todas as casas como gifs, surpresas etc.), servidos logo que chegamos, e, também, para a entrada Pan con tomate que o chef manda à mesa separadamente, para que o cliente faça seu próprio bocado a partir de uma receita apresentada em um pergaminho: pão tostado, tomates maduras, flor de sal e azeite. Sensacional.

Por se tratar de um 2 estrelas sob o comando do famoso e polêmico Santi Santamaria (que vem dando umas cacetadas na comida tecnoemocional e em Ferran Adrià, e, por isso, ganhou pontos comigo, pois acho um saco esta coisa de esferas e espumas), o Santceloni decepcionou. A comida é boa? Sim. Tem qualidade? Sim. É inesquecível? Não, definitivamente não é. Mas deveria, pelo preço cobrado, pela pompa da casa...

**

Fiquei com a impressão que em todos os restaurantes da chamada nova cozinha espanhola se tem “más de lo mismo”. Achei todos muito bons, mas muitos parecidos em suas propostas.

**

Estive na famosa loja de vinhos Lavínia, presente em Barcelona e Madrid, entre outras cidades (deve abrir uma unidade em São Paulo em breve). É impressionante o tamanho do local e a variedade de vinhos que eles têm, inclusive muitos dos quais em taça. Mas o atendimento que recebi foi péssimo. Entrei na loja de Madrid faltando 40 minutos para seu fechamento e não fui atendido (mesmo solicitando ajuda) por ninguém. Tive que procurar o que queria e levar pessoalmente 6 garrafas ao caixa.

www.comerc24.com
www.condesdebarcelona.com/ (Lasarte)
http://www.elspescadors.com
www.elquimdelaboqueria.cat

www.botin.es
www.labola.es
www.latraineira.es
www.ramonfreixamadrid.com
www.labroche.com
www.restaurantesantceloni.com

domingo, 25 de abril de 2010

Má Partilha 1999

A idéia era fazer uma palheta de leitão ao forno e acompanhar o prato com algum tinto português, mas meu plano foi por água abaixo quando descongelei a carne (comprada em janeiro no supermercado Saint Marché) e perdebi que ela estava estragada. Uma pena e um absurdo!

A saída foi improvisar, mas confesso que foi um belo improviso. Peguei uma porção de galinha d'angola desfiada e imersa em seu próprio molho que tinha no freezer e preparei uma versão do tradicional arroz de pato português - com linguiça portuguesa, ervilhas, salsinha etc. -, mas usando a galinha e seu delicioso molho no lugar. Ficou ótimo.

Para acompanhar, tomei coragem e abri um Má Partilha 1999, merlot português (acho que o primeiro feito com esta casta no país) produzido no Azeitão pela então JP Vinhos (hoje Bacalhôa). Sempre gostei do Má Partilha, por ser um incomum merlot "made in portugal" e por sua elegância e sedosidade. A garrafa da safra 1999, que agora desfalca minha mini vertical do rótulo (ainda tenhos as safras 2000, 2001 e 2005), estava maravilhosa. Evoluída na vista (marrom escuro e vermelho queimado) e no nariz (mentol, terra, aniz, mel...), ainda se mostrava encantador no boca: redondo, doce, sedoso e longo.

Um grande vinho que já deixa saudade, não apenas por sua qualidade, mas também por representar um estilo hoje fora de moda, sem os excessos de álcool (o Má Partilha 199 tinha apenas 12,5% da graduação alcoólica), extração e madeira, tão comuns não apenas o Novo Mundo.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Moqueca

Fiz uma moqueca na semana passada em casa e fiquei com sérias dúvidas sobre que vinho escolher para acompanhar. Minha moqueca levou postas de peixe (garoupa) e camarões médios , com cebola, tomate, pimentão vermelho, coentro, salcinha, leite de coco, pimenta vermelha e sal. Fi preparada rapidamente, como deve ser, em panela de ferro.

Mesmo que eu tenha, no preparo do prato, tirado alguns ingredientes - como azeite de dendê - e limitado bastante o uso de outros - como o coentro, a moqueca é um prato forte, intenso, que requer um vinho branco ao mesmo tempo com boa acidez e certo corpo para acompanhar sua untuosidade.

Após muito pensar acabei escolhendo o Zind 2004, do produtor Zind Humbrecht, um alsaiano que estirpe que estava em minha adega há alguns anos. O rótulo é o mais básico do produtor, mas é muito bom. Uma mescla de chardonnay, auxerrois e pinot blanc, o Zind, com suas notas de mel, toques minerais e elegância, acompanhou muito bem a moqueca.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Bordeuax com cordeiro chileno


A Confraria dos Amigos da Rolha de reuniu na segunda-feira passada (22/03) para uma degustação de Bordeaux harmonizada com espetaculares cortes de cordeiro originário da patagônia chilena, preparados sob orientação de Sylvio Lazzarini, do restaurante churrascaria Varanda.

Foram dez rótulos distintos, de safras, margens e micro-regiões variadas, mostrando um bom panorama dos belos e fomosos franceses. Foram eles:

- Château Angelus 2001 Saint Emilion

- Lynch-Bages Cru Classe 1998 Pauillac

- Les Fifs de Lagrange Saint Julien 2000 (segundo vinho do Château Lagrange)

- Château Leoville Las Cases 1998 Saint Julien

- Château Troplong-Mondot 2006 Saint Emilion

- Domaine de Chevalier 2003 Pessac Léognan

- Alter Ego 2000 Margaux (segundo vinho do Château Palmer)

- Château Pichon Longueville Contesse de Lalande 2001 Pauillac

- Château Gloria 2004 Saint Julien

- Pichon-Longueville 2001 Pauillac

Nenhum dos vinhos se destacou muito mais do que os outros, até pela grande qualidade apresentada, mas no final o Les Fifs de Lagrange acabou sendo escolhio o melhor, provavelmente por sua safra (2000).

segunda-feira, 15 de março de 2010

Château La Tour de By 1999

Vinho é diversidade. De procedência, tipos, estilos, uvas, métodos de produção etc. Por isso não concordo com quem afirma gostar somente de um ou outro tipo/estilo/origem, e, quando questionado por atendentes de lojas especializadas sobre qual o vinho que gosto, respondo: "de todos os bons vinhos".

Claro que tenho preferências. Em geral, gosto mais dos vinhos do velho mundo - em especial franceses e italianos - do que os do novo mndo. Mas também aprecio e tenho em minha adega muitos outros, como americanos, chilenos, argentinos, australianos, sulafricanos, neozelandeses e uruguaios, além dos portugueses, espanhóis, alemães, hungáros...

Toquei nesse tema como subterfúgio para comentar sobre o vinho que tomei domingo passado em casa, o belo bordeaux Château La Tour de By 1999, um encantador Cru Bourgeois Supérieur de Médoc.

O vinho - que acompanhou uma galinha d'angola com risotto de ervas frescas - estava excelente e mantinha, aos quase 11 anos de idade, taninos que permitem afirmar que ainda suportaria mais alguns anos na adega. Estava evoluído tanto ao nariz quando na boca, mas tinha uma elegância que frequentemente só encontramos nos vinhos franceses. Tudo isso por pouco mais de R$ 120,00 (na Decanter). Não é pouco, mas será que eu encontro em um vinho argentino argentino ou australiano desta faixa de preço a mesma qualidade e finesse?

segunda-feira, 1 de março de 2010

Almaviva 2000

Fiquei alarmado há uns 15 dias por conta de uma mancha escura no rótulo do Don Melchor 1999 que repousa em minha adega. Logo percebi que a mancha provinha de um vazamento do Almaviva 2000 adegado logo acima, que, sem a cápsula protetora, teve sua rolha ressecada e vazou, ficando visivelmente abaixo da linha normal de volume das garrafas de vinho.

Como medida de urgência tratei de lacrar o gargalho do Almaviva com parafina derretida, mas já programei a abertura da garrafa, uma vez que a mesma sofrera contata com o ar e poderia se perder rapidamente.

Foi o que fiz no último domingo, acompanhando carré de cordeiro grelhado com ervas e risottto ao azeite tartufado. Casamento perfeito!

Em que pese o cordeiro e o risotto estivessem sensacionais, o Almaviva 2000 estava soberbo. Evoluído na vista, com nuances de vermelho queimado e marrom. Aromas com o indefectível pimentão do cabernet chileno e notas de mel, hortelã, menta e alcatrão. Na boca ainda mantinha taninos, com ótima estrutura e acidez. Quente, gostoso e longo. Um clássico, que aproveitei até a última gota.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Mais brancos

Com o calor sudanês que tivemos em São Paulo nas últimas semanas, vinho, quase que só branco. Foi o que fiz nos últimos finais de semana.
Seja com uma receita propria de spaghetti com camarões, com um bela porção de lula à dore, com um pintado na brasa ou acompanhando o bacalhau na panela wok que preparo, os brancos foram muito bem, em especial alguns rótulos que adoro, como os chilenos Amayna Sauvignon Blanc 2007 e Sol de Sol Chardonnay 2004.
Além deles, também tomei recentemente outros, como o espanhol Casado Morales Blanco Reserva 2004 (um buque excepcional, lembrando agua de rosas, geleia de damascos, mel etc.), o português Alvarinho Morgadio da Torre 2005 (também muito interessante) e o Prelúdio Barrel Select Blanco, um chardonnay barricado do Uruguai que deixou a desejar.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Chardonnays do mundo

Chardonnays de várias partes do mundo. Este foi o tema da última degustação da Confraria dos Amigos da Rolha, realizada no ínicio de fevereiro. Para isso, procuramos degustar brancos originários do Velho e do Novo Mundo.

O Novo Mundo se saiu melhor na média geral, em especial devido às condições de alguns dos franceses avaliados, que já estavam decadentes. Foram os casos, por exemplo, do Corton Charlemagne Grand Cru 2000 Faiveley, do Puligny-Montrachet Les Pucelles Domanine Laflaive 1998 e do Batard-Montrachet Grand Cru Etienne Sautel 1998. Todos, embora sejam borgonhas complexos e maravilhosos, estavam, em maior ou menor grau, já decadentes, perdendo seu frescor e complexidade, talvez por problemas de armazenamento.

Ainda do velho mundo, tivemos o Mersault Les Tillets 2007 de Domaine Poucot e o sensacional Where Dreams Raccolto Duemilatre 2006 de Jermann (Friulli, Itália), para mim o melhor da noite.

Pelo lado do Novo Mundo, excelentes exemplares dos Estados Unidos e do Chile: duas safras (1999 e 2005) do Mer Soleil Caymus (Califórnia) e duas (2005 e 2007) do Amélia Concha y Toro (Chile). Merece destaque o Amélia 2007, segundo melhor da noite.

Para acompanhar estes grandes chardonnays saboreamos vários pratos de bacalhau (carpaccio, salada, grelhado e ao forno).

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Brancos de 2009

2009 foi o ano em que passei a adorar os vinhos brancos. Já gostava muito deles, mas nunca experimentei tantos e tão bons brancos como em 2009. Leves, encorpados, refrescantes, amadeirados...Chardonnay, Sauvignon Blanc, castas autóctones... caros, baratos... franceses, italianos, espanhóis, portugueses, americanos, chilenos, brasileiros...

Faço aqui uma lista de alguns que bebi no ano passado e que continuarei a beber em 2010, sendo que alguns ainda não conhecia. Com a certeza ficaram faltando muitos deles:

- Itália: Schiopetto Collio Pinot Bianco 2006 (Expand, R$ 150,00), Jermann Vintage Tunina 2005 (Cellar, R$ 200,00 na safra 2007), dois excepcionais brancos do Friuli.

- Portugal: Esporão Private Reserve (um clássico do Alentejo, Qualimpor, R$ 75,00), Alvarinho Deu la Deu 2007 (a melhor relação qualidade/preço em alvarinhos, Barrinhas, R$ 55,00) .

- Espanha: Ostatu Blanco 2008 (campeão na relação qualidade/preço, CultVinho, R$ 38,00), Casado Morales Blanco Reserva 2004 (Cultvinho, R$ 159,00) .

- Estados Unidos: Caymus Mer Soleil Chardonnay 1999 (Mistral, R$ 175,00 na safra 2005) .

- Chile: Amayna Sauvignon Blanc 2008 (Mistral, R$ 56,00), Sol de Sol Chardonnay 2006 (Zahil, R$ 155,00), Amélia Chardonnay (Concha y Toro, R$ 160,00), Terrunyo Sauvugnon Blanc (Concha y Toro, R$ 150,00) .

- Brasil: Salton Virtude Chardonnay 2008 (hoje o melhor branco do Brasil, R$ 60,00), Núbio Sauvignon Blanc 2008, Sanjo (um ótimo branco de Santa Catarina, R$ 40,00 na AOC Vinhos do Brasil) .

(* preços aproximados)