quinta-feira, 28 de maio de 2009

Boa idéia: loja de vinhos nacionais

Após ler uma nota no caderno Paladar do Estadão na semana passada sobre a loja especializada em vinhos brasileiros AOC Vinhos do Brasil, achei a idéia muito boa, tanto pela grande evolução dos vinhos nacionais nos últimos anos quanto pela dificuldade que nós, consumidores, temos de encontrar aqueles rótulos sobre os quais muitas vezes lemos referências positivas.
Fui conferir a loja e indico para quem tem interesse em conhecer melhor alguns pequenos produtores locais. Comprei alguns rótulos para experimentar e em breve coloco aqui minha opinião.
A AOC Vinhos do Brasil fica na rua Atílio Innocenti, 970, Vila Olímpia, São Paulo. Fone: (11) 3044-1697. O site http://www.aocvinhosdobrasil.com.br/ ainda é básico, mas eles prometem novidades em breve.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Café por R$ 8,00


O restaurante Canto é o mais antigo da Granja Viana e mantém bom nível de qualidade. Já fui diversas vezes, a comida é correta, o cardápio bem variado (de lula à dore até goulash de vitela), o couvert é um exagero (em quantidade, variedade e preço) e a carta de vinhos é um verdadeiro absurdo, com margens entre 150% a 200% sobre os preços praticados nas importadoras (no Canto um vinho de 30 reais custa 80 reais). Devido a esses "probleminhas", quando vou, geralmente levo vinho (R$ 30,00 a rolha) e dispenso o couvert.
Na última sexta, eu, minha esposa e meu filho pequeno fomos no Canto, mas não queriamos jantar. Assim, optamos por não consumir o couvert e ficar apenas nas boas porções da casa, seguidas de uma sobremesa e dois cafés. Ok, tudo certo.
Quando recebi a conta, vi, espantado, o item "Café Rest." a R$ 8,00 cada um. Isso mesmo, R$ 8,00 por um cafe com petit fours.
Chamei o garçom e perguntei o que era aquilo. A resposta foi: "É o preço do café para quem não pede o couvert". Paguei, certo de ter consumido o café mais caro de minha vida. Lógico que não terei novamente esta experiência no Canto, pois não gosto que ninguém "bata a minha carteira" de forma tao acintosa.
É dificil conquistar um cliente, mas é muito fácil perdê-lo.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Wish Report OnLine: Noites de acertos


Veja no link a seguir matéria publicada no site da revista Wish Report sobre recente degustação de cordeiros da Nova Zelândia com tintos sul-americanos: http://wishreport.ig.com.br/?p=20876

O ponto


Acho que frequento bastante - mais do que devo e menos do que quero - restaurantes. Isso devido ao meu trabalho cotidiano e tambem porque adoro, sou um glutão assumido.
Recentemente citei aqui o restaurante Franciacorta, onde um medalhão foi servido fora do ponto pedido. Nessa semana passei por experiência parecida no Limonn, restaurante que fica na Manoel Guedes, Itaim. Novamente pedi um medalhão (prato do dia) ao ponto, mas um dos dois da porção veio bem passado. Reclamei e o maitre retirou o pedaço reprovado e solititou outro. Dez minutos depois chegou o novo medalhão a mesa, dessa vez mal passado.
Fiquei me perguntando: Será que esse pessoal tem algum problema com o coitado do medalhão? Será que e tao difícil fazer um medalhão ao ponto?
Acho que sim, ao menos pelas últimas experiências.
Ah, já ia esquecendo. O Limon é um local legal. Muito bonito e agradável. Vá, mas não peça o medalhão!

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Bacalhau: tinto ou branco?


Sempre que como Bacalhau a questao do titulo dessa nota surge. Pois não foi diferente dias atras, quando em um restaurante italiano pedi um otimo Penne ao ragu de Bacalhau, que na casa é servido com tomates concasse, azeitonas pretas e brócolis.
Como estava frio, optei por um tinto servido em taça na casa, o Argiolas Connonou di Sardegna Costera 2005. Um bom vinho, que foi muito bem com a entrada, um prato de bresaola servido com folhas de rúcula.
Quando chegou o penne decidi fazer uma mini-prova de harmização e pedi uma taça do Catena Chardonnay 2006. Foi um exercício interessante, já que a cada garfada no penne com bacalhau experimentava um vinho.
Os dois se sairam bem, embora particularmente eu tenha preferido o Chardonnay. A madeira (em excesso) do Catena Chardonnay não casa com um peixe mais delicado, mas ficou perfeita com a estrutura e o sabor marcante do Bacalhau.
Embora eu esteja em uma fase mais "vinho branco" (talvez por conta dos hábitos alimentares, já que como peixe praticamente todos os dias), realmente acho que o Bacalhau, em geral, pede mais um branco encorpado - como Chardonnays e espanhoís barricados, por exemplo - do que um tinto.

Fui e não gostei

Fui conhecer o Franciacorta, novo restaurante do chef-empresario Sérgio Arno. A casa é uma incursao do chef pela cozinha francesa de bistrô.
Ambiente bonito, charmoso, mas atendimento variando entre o antipático e o desatento. A comida é nota 5. Pedi medalhoes de filet mignon com risoto de açafrão (isso é comida francesa????), frizando para o garcom que os queria ao ponto. Pois bem: um filet veio mal passado e o outro bem passado.
Não pretendo voltar. Prefiro a casa clássica do chef, o La Vecchia Cucina, onde a chance de erro e muito, mas muito menor.

Registro histórico


Todos devem ter visto na capa da Folha de S. Paulo de terça (19/05) os presidentes dos conselhos da Sadia e da Perdigao jantando no restaurtane/churrascaria Varanda poucas horas antes do anuncio oficial da fusao entre as empresas.
Muita gente deve ter se perguntado: Mas como a Folha conseguiu isso?
Eu expico: Estavamos no Varanda na segunda a noite para uma degustacao de tintos sul-americanos com cortes de cordeiro. Entre os presentes estavam alguns jornalistas, como meu amigo Guilherme Barros, editor do Mercado Aberto da Folha de S. Paulo.
Pois não é que Nildemar Secches e Luiz Fernando Furlan chagaram ao local para jantar?
Foi inevitavel que alguns dos presentes abordassem os executivos e o Guilherme Barros teve a grande sacada de chamar um fotografo para registrar o momento historico.

Palmas, muitas palmas para ele!

domingo, 10 de maio de 2009

Rívolo IGT 2004


Estive na sexta à noite jantando com minha mulher no Magistrale, belo restaurante italiano comandado pelo Sylvio Lazzarini, dono também do Varanda. O Magistrale é um ótimo local para pareceiar receitas italianas à base de pescados. Para acompanhar os vários pratos que provamos - tartare de atum, spaghetti com bottarga, frutos do mar ao forno... - escolhi o branco Rívolo Sauvignon Blanc IGT 2004, um supertoscano produzido por Jacobo Biondi Santi.

Um belo branco, um Sauvignon bem diferente, com um dourado intenso maravilhoso, grande complexidade aromática, notas de mel, damascos secos. Longo, complexo, muito bom.

É importado pela Mistral e custo em torno de U$ 60. Um vinho caro, para ocasições especiais

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Que tal robalo com um malbecão?


Estive em Salvador no feriado de 1º de maio e pude comprovar a grande evolução dos restaurantes da cidade. Estive em vários, como Mistura (peixes e frutos do mar com acento italiano), Trapiche Adelaide (divisor de águas na cidade, já com 11 anos de atividades) e Amado (aberto há três anos por Edinho Engel, do Manacá de Camburi, e hoje considerado o melhor restaurante de Salvador). Todos são excelentes, com um visual de cair o queixo, serviço de qualidade, boa comida, mas muito caros, com preços no mesmo patamar de São Paulo.

Com a evolução dos restaurantes de Salvador veio também o maior interesse por vinhos, que fica claro nas cartas bem montadas (embora ainda com poucas opções de rótulos servidos em taça), copos adequadas, adegas climatizadas etc.

Em todos esses restaurantes que citei a base dos pratos está no mar, como peixes, camaraões, polvos, lulas e mexilhões frescos e ótimos. Sempre com vinho branco, certo?

Errado! Perguntei para os sommeliers e maitres das três casas como são as vendas de brancos e tintos por lá. Por incrível que pareça, os tintos representam metade ou mais dos vinhos vendidos nas casas. E não são tintos leves, como um Borgonha ou um Gamay, são tintos "porrada", como Malbecs e até Barolos.

Fiquei me perguntando como é possível saborear uma casquinha de siri, um prato de camarões ou um robalo, acompanhado de um Malbec argentino. Não, acho que não é possível. O malbecão trucida o peixe.

Mas é o que acontece não só em Salvador, mas em todo o Brasil. Já cansei de ver a mesma cena em restaurantes especializados em peixes e frutos do mar daqui de São Paulo, o que demonstra mais uma vez que, infelizmente, o brasileiro ainda não descobriu a leveza, delicadeza e complexidade dos brancos.