sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Domaine Drouhin Pinot Noir 1997 (Oregon, EUA)


Acho que já comentei aqui que tenho especial predileção por vinhos envelhecidos, evoluídos. Acho fantástico abrir uma garrafa com 10, 15, 20 anos. Além de elegância, da finesse, dos aromas e sabores diferenciados que um bom vinho consegue com o tempo, gosto de pensar na ação do tempo sobre produtor, seu enólogo, sua região, seu País de origem... Há 10 anos, o que eu estava fazendo? O que acontecei no Brasil, no mundo?

Em contrapartida, não vejo muita graça em abrir vinhos muito jovens, em especial vinhos de alta gama. Um Don Melchor 2005, por exemplo. Claro que o vinho, se tiver qualidade, não estará ruim com dois, três ou quatro anos de garrafa, mas tenho convicção de que ele vai melhorar com mais alguns anos na adega.

Mas o contrário também ocorre. Meses atrás, em uma degustação de vinhos norte-americanos, peguei em minha adega um Pinot Noir top de linha produzido pelo borgonhês Joseph Drouhin no Oregon, o Cuveé Laurène, safra 1996. O vinho não estava estragado, mas tinha passado do seu auge, estava em franca decadência, morrendo.

Como tinha outras garrafas antigas do mesmo produtor e região em casa, no caso, um Joseph Drouhin Pinot Noir 1997 (o básico, que é um pouco mais barato do que o Cuveé Laurène), logo que surgiu uma oportunidade, abri uma delas, na expectativa negativa de que também tivessem passado do ponto. Surpresa: o vinho estava excelente, muito vivo, mas elegante, evoluído, longo. O tipo de vinho que gosto.

Parece uma coisa sem lógica um vinho mais simples evoluir melhor do que outro, em tese, melhor, e, de fato, mais caro, mas no mundo do vinho as variáveis são tantas, que isso acontece muito. Isto é uma das coisas fascinantes dos vinhos.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Portugal: Tasca da Esquina

De todos os restaurantes que visitei em Portugal, aquele que mais gostei foi a Tasca da Esquina, uma casa aberta recentemente pelo chef Vitor Sobral, que é bastante conhecido aqui no Brasil, onde já realizou vários festivais e até chegou a anunciar a abertura de um restaurante em São Paulo, algum tempo atrás. Instalado em um lugar bem pequeno em uma esquina movimentada do bairro de Campo Ourique, o restaurante não se destaca pelo (falta de) conforto ou luxo, mas sim pelo ambiente barulhento, alegre e variado, associado à ótima comida.

Visitei o local em minha última noite em Lisboa e fiquei arrependido de ter não ter ido antes para poder voltar mais uma vez. Após o couvert com pão caseiro, azeitonas, queijo de ovelha e petisco do dia (paio e lombo), pedimos camarão salteado com malagueta e alecrim de entrada (6,50 euros), seguido de um dos menus-degustação da casa, chamado de Fique nas Mãos do Chef. Preferi o menu com cinco porções por 19,50 euros: Sopa fria de Melão com presunto cru, Lingueirão (também chamado Canivete, é um molusco estranho, no formato de um pequeno pedaço de bambu), Salada de búzios (um tipo de marisco), Cherne com migas de tomate e Bochechas de Vitela. Todos pratos totalmente incomuns, com sabores acentuados, mas também extremante frescos e bons.

Para acompanhar, tomei algumas taças de Alvariho Muros de Melgaço 2008, seguido de um tinto da casa, o Chef’s Collection Alentejo 2007.

Recomendo!

Rua Domingos Sequeira 41C Campo de Ourique . 1350-119 Lisboa

Fone: 210 993 939

www.tascadaesquina.com

Degustação: RC Reserve, Mitolo, Quinta do Crasto, Filósofos 4


A confraria da qual faço parte se encontrou nessa com uma missão complicada proposta pelo restaurateur Sylvio Lazzarini, do Varanda e do Magistrale: combinar vinhos tintos com pratos modernos, com acento regional brasileiro, mais especificamente do centro-oeste. Entre os pratos estavam boas invenções, como Foie Gras ao molho de damasco com terrine de frango caipira e ovo tartufado (maravilhoso), seguido de risoto de frango caipira com pequi, e, finalizando, um saboroso frango caipira com purê de mandioquinha e molho de jabuticaba.
Para o Foie Gras optamos pelo tradicional, um Sauternes, o Château Lamothe Guignard 1988. Estava muito bom, casamento perfeito. Já com os outros pratos, degustamos rótulos bem distintos, embora todos tintos intensos e encorpados: RC Reserve Niebaum-Coppola Syrah 2002 (Napa Valley, EUA), Mitolo Savitar Shiraz 2006 (McLaren Vale, Austrália), Quinta do Crasto Touriga Nacional 2006 (Douro, Portugal) e Filósofos 4 2003 (corte de Malbec, Cabernet Sauvignon e Merlot de Mendoza, Argentina).
O vinho que melhor combinou com a comida foi o que menos gostei na degustacão prévia, o Quinta do Crasto Touriga Nacional. Achei o vinho frutado demais, com muita cara de Novo Mundo, mas foi justamente esta fruta exuberante que fez do vinho bom parceiro com os sabores fortes do pequi e da jabuticaba.
Longe da comida, elegi como melhor o Mitolo, em especial após certo tempo no copo, quando o vinho ganhou complexidade e se tornou mais elegante.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Portugal: Douro, Alentejo, Dão, Bairrada...

Qual região portuguesa produz os melhores vinhos?
A resposta depende muito do estilo de tintos que cada um prefere: intensos, encorpados, quentes, austeros, elegantes, modernos, tradicionais...

Em geral, gosto bastante dos vinhos portugueses, mas acho que boa parte deles se modernizou demais, isto é, no sentido negativo da palavra, tornando-se muito intensos, extraídos, alcoólicos, pesados. Mais do que no Alentejo, os vinhos do Douro trazem estas características, e, embora os críticos de vinho afirmem e reafirmem as maravilhas dos chamados Douros modernos, tenho várias objeções ao estilo hoje me voga (embora também goste de diversos rótulos da região).

A questão é que o vinho só tem sentido, na grande maioria das vezes, acompanhando e melhorando a comida. Nada melhor do que um vinho que faz “boa figura” com um prato saboroso. Mas é aí que estes vinhos modernos, do novo mundo, e, cada vez mais, também do velho mundo, mostram problemas. São demasiadamente “over”, se tornam enjoativos, mesmo com pratos mais substanciosos.

Em minha recente viagem para Portugal tomei vinhos de varias regiões - Douro, Alentejo, Dão, Bairrada - e reforcei o que já achava antes: ainda prefiro os tintos do Dão, pois eles são mais austeros, menos efusivos, e quando envelhecidos, se tornam maravilhosos.
Porém, essa não e a opinião da maioria dos conhecedores, daqui ou de lá. Nas cartas dos restaurantes e nas prateleiras das lojas especializadas, os destaques se concentram no Douro e no Alentejo, o que vem causando problemas para as outras regiões vinícolas do País, que, mesmo apresentando ótima qualidade, não conseguem conquistar mercado.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O irmão francês do Due Couchi



É uma comparação inevitável. Embora o Le Marais seja um bistrô francês, ele pertence aos mesmos donos do Due Couchi, o italiano mais badalado de Sao Paulo há alguns anos, onde a comida é muito boa e o preço, honesto.
O Le Marais é a incursão da dupla Paulo Barroso de Barros e Ida Maria Frank no universo da comida francesa, que, aliás, era a inspiracao do antigo Marias, restaurante que Ida tinha onde hoje é o Due Couchi e que era apenas regular. Lembro de uma degustacao que fizemos no local, uns seis anos atrás. A comida era regular, mas o serviço, deixava a desejar.
Voltando ao Le Marais, a casa segue o esquema do Due Couchi. Almoco executivo com bom custo/benefício (em se tratando de SP, onde tudo é muito caro) e jantar à la carte. Mas infelizmente o resultado não é o mesmo, comecando pelo couvert - uma enorme baguete sem gosto colocada em minúsculo prato, acompahanda por manteiga, pasta de azeitonas e caponata. Situação constrangedora, pois a baguete espalha migalhas por todo lado, fazendo uma grande sujeira. Ainda no couvert, pedi ao garcom azeite para acompamhar o pão e tive que repetir o pedido para ser atendido, situação recorrente várias vezes durante o almoço - ao pedir uma nova taca de vinho, um novo pão e até o cardapio da noite, por exemplo.
Fui em uma quinta, quando o executivo tinha salada verde com magret de canard defumado (excelente) e blanquete de namorado com batatas (bom).
O Le Marais ja é um sucesso de público, mas está um nível abaixo do Due Couchi. Não apenas pelo servico (embora o Due Couchi não seja nenhuma maravilha nisso), mas sim pela comida. Acho o Due mais solto, mais natural, enfim, muito melhor no que entrega ao cliente, a comida.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Portugal: Eleven (uma estrela no Michelin)




Durante minha breve estada em Portugal, fui conhecer o Eleven, único restaurante da capital portuguesa estrelado no Guide Michelin. Com uma estrela no famoso guia, o Eleven é comandado pelo chef alemão Joachim Koerper e fica do Parque Eduado VII, em uma bela área de Lisboa.

Eu havia completado 40 anos dias antes, além de 14 anos de casado. Para começar, acompanhando o couvert com pães variados (branco, de azeitonas, de tomate e de sementes), azeite e manteiga, eu e minha mulher pedimos duas taças de Moet & Chandon. Complementando o couvert, os chamados “presentes do chef”: bocatto de polvo, folhado de vitela, creme de aspargos e tartar de atum. Todos estavam ótimos e foram muito bem acompanhados pela champagne.

De entrada, dividimos um excelente Vitello Tonatto, tradicional prato italiano que combina fatias finas de carne de vitela com creme de atum. Ente os pratos principais, minha mulher escolheu Duo de leitão (barriga e carré) sobre purê de abóbora. Estava muito saboroso, embora a barriga de leitão ficasse melhor um pouco mais cozida. Eu pedi Pato trançado, um prato de combina coxa e magret de pato com bucatini. Excelente.

No Eleven tudo é caro, inclusive os vinhos, que contam com uma carta muito boa e com poucas opção de tintos e brancos em copo. E, mais uma vez, vinhos em copo na temperatura errada, no caso, tintos quentes.

O Eleven é, sem dúvida alguma, um lugar para se conhecer em Lisboa. Se vale o que custa, é outra história. Eu acho que não, mas recomendo.

http://www.elevenrestaurante.com/

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Ville du Vin



A Ville Du Vin, rede de lojas de vinho, é um “case” que merece destaque no setor, por trabalhar de forma correta o produto “vinho”. A rede nasceu a partir de uma franquia da Expand em Alphaville (São Paulo), que em boa hora pulou do barco para se tornar uma loja multimarcas com o conceito de praticar os mesmos preços das importadoras. No início, se não me engano, eram três lojas. Hoje são seis, sendo cinco na Grande São Paulo e uma no interior. Algumas delas contam com simpáticos bristôs, onde o cliente pode tomar um vinho com o mesmo preço da loja.
Eu já tinha visitado duas lojas da Ville du Vin algum tempo atrás e voltei recentemente na unidade-mãe, em Alphaville, para jantar com minha mulher. Além da enorme variedade de vinhos da grande maioria das importadoras e com preço idêntico, o bistrot é muito bom, com surpreendente qualidade na comida. Minha mulher comeu risoto de camarão e lagostin. Eu fui de risoto de canard. Ambos estavam muito bons. Para acompanhar, tomei o argentino Luca Laborde Double Select Syrah 2007 (a garrafa custa R$ 99,00), um vinho muito bom, embora ainda fechado e tânico.

Portugal: loja de vinhos em Lisboa

Lisboa tem centenas de lojas especializadas em vinho, mas uma merece destaque, embora fique localizada fora do circuito tradicional da Baixa-Chiado-Restauradores etc. É a Coisas do Arco do Vinho (www.coisasdoarcodovinho.pt) e fica perto da Torre de Belém e do Mosteiro dos Jerônimos, no Centro Cultutal de Belém.
Comandado por dois socios, entre eles o simpático José Oliveira Azevedo (que adora o Brasil e todo ano vem para cá), a loja oferece tintos e brancos de todas regiões vinícolas portuguesas, além de produtos goumert, como azeites, molhos, biscoitos... Para quem comprar várias garrafas, uma boa dica é a caixa especial para transporte, que eles vendem por 10 euros e que pode ser despachada na bagagem do avião. Eu testei e aprovei, pois minhas 12 garrafas chegaram ao Brasil intactas.

domingo, 9 de agosto de 2009

In Vino Amici

Paro meu saboroso relato de alguns dias em Portugal para comentar sobre um restaurante (?) que visitei dias dessas. Li em um jornal ou revisa sobre a abertura recente de um tal de In Vino Amici, na rua Pais de Araújo, Itaim. O local teria, além de boa carta de vinhos, boa comida, tapas, entradas etc. Como, além de vinho, gosto muito de boa comida, fui conferir. Um verdadeiro horror!!!!!!

A grande verdade é que, como diz um amigo meu que é dono de um ótimo restaurante, aqui em São Paulo basta uma pessoa fazer um curso de gastronomia para se considerar um chef. O cara manda bordar o nome no uniforme, anuncia sua “experiência internacional”, sua especialidade (geralmente cozinha moderninha). Aí abre um local, sai desfilando pelo salão, mas serve uma porcaria de comida. Há vários por aí.

Logo que cheguei no In Vino Amici fiquei com a pulga atrás da orelha quando perguntei ao garçom se tinha lugar dentro do estabelecimento (no terraço batia um sol quentíssimo) e ele secamente disse não, e mais nada. Mas tudo bem. Aguardei uma vaga lá dentro, e, quando consegui, escolhi “Filet Mignon cortado na faca com molho, arroz branco e batatas rústicas”. Para acompanhar o couvert (boa foccacia e manteiga), pedi uma taça de Terra Andina Sauvignon Blanc. Após alguns minutos onde o garçom e uma moça batiam cabeça para atender 10, 12 pessoas, veio o vinho (Estava gelando, percebi. Mas como? A casa não tem foco em vinho? Ele não fica previamente gelado?) e o couvert. Algum tempo depois, chegou o tal filet, que na realidade devia ser coxão-duro ou algo parecido (patinho?), jamais filet mignon. Logo que colocou o prato, a moça tirou meu couvert, que ainda estava pela metade. Bem. O tal filet cortado na faca era um estrogonoff meia-boca (porém sem tomate), muito duro, no ponto de pedra. Reclamei, do filet e do couvert. E ainda pedi uma taça de vinho tinto: Terra Andina Cabernet Sauvignon. A moça levou o prato na cozinha e voltou com uma "tranquilizadora" mensagem: “O chef pede desculpas. Ele vai colocar a carne para cozinhar um pouco mais para ficar mais macia”. Eu ouvi e imaginei o que vinha pela frente. Dez minutos depois, chega a taça de vinho tinto (nem imagino o motivo da demora) e a pequena panela com o “filet cortado na faca”, ainda duro, ainda horrível, mal feito, um horror. Eu teria vergonha de cobrar 25 reais por um prato de péssima qualidade como aquele e ainda colocar no cardápio que é filet mignon. Lamentável.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Portugal: vinhos em restaurantes e destaque para O Jacinto


Já comentei aqui, tempos atrás, que a qualidade do serviço de vinhos nos restaurantes do Brasil (falo dos grandes centros, é lógico) é muito melhor do que nos restaurantes top de Buenos Aires ou Santiago do Chile, por exemplo.

Esta constatação vale também para Portugal. Em geral, o serviço de vinho nos restaurantes deixa muito a desejar: cartas confusas, inexistência de sommelier, temperatura errada (tintos quentes), pouca oferta de vinhos em taça etc. Claro que há exceções, como o Eleven e o Tasca da Esquina, por exemplo (comentarei sobre eles em breve).

Neste cenário, uma boa surpresa foi o restaurante O Jacinto, que aparece no ranking da revista portuguesa Wine – Essência do Vinho (à venda também no Brasil) como um dos melhors do País neste quesito. A casa oferece em taça todos, absolutamente todos, os rótulos de sua enorme carta, por 1/5 do preço da garrafa. Isso significa que você pode tomar – se tiver bolso para suportar - uma taça de Barca Velha, de Pêra Manca, de Xisto, de Cryseia, de Quinta do Vale do Meão etc.

Eu, como simples mortal, escolhi rótulos bons, porém sem tanta tama: Poeira Douro 2005 (belo vinho, embora ainda fechado e tânico) e Quinta dos Carvalhais Dão 2000 (excelente, pronto. Um Dão que lembra um Borgonha). Ah, para bebericar, antes dos pratos principais, escolhi o Alvarinho Deu La Deu, para mim o melhor custo/benefício entre os alvarinhos do mercado.

Já ia me esquecendo da comida: Ovos mexidos com farinheira, queijo Serra da Estrela com pão,
Polvo à lagareira e Arroz de Coelho. Todo muito bom.
Outro bom local para tomar vinho é o Aromas & Sabores Wine Bar, um local muito simpático onde funciona uma loja de vinhos, uma charcutaria e um bar de vinhos. Além do ótimo serviço e da ampla carta de vinhos - com várias opções com copo -, a comida da casa é boa.
O Jacinto
Aromas & Sabores Wine Bar
Rua Tomás de Anunciação 44 - Campo de Ourique, Lisboa

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Portugal: D. Tonho e Porto Ferreira







Saindo de Lisboa, uma boa opção para uma viagem rápida e tranquila até o Norte de Portugal é o trem, ou, como eles dizem, comboio. Pegamos o comboio Alfa Pendular (http://www.cp.pt/) em direção à cidade do Porto, e, menos de três horas depois, estávamos passeando pelo centro histórico da cidade e pelo Cais da Ribeira, entre o Porto e Vila Nova de Gaia, separados pelo rio Douro. Antes de visitar a cave da Ferreira, fomos almoçar no restaurante Dom Tonho (www.dtonho.com), um dos mais famosos da cidade, recomendado por dez entre dez guias.

Esperava muito mais do local, em especial pelos preços altos praticados. De entrada, eu e minha esposa, saboreamos um coelho à vinagrete, que estava muito bom. Meu prato principal foi Arroz de Pato, que não gostei (pesado pelo excesso de queijo colocado para gratinar, muito seco em seu interior). Já minha mulher comeu Bacalhau à Zé do Pipo, ótimo. A carta de vinhos é bem ampla e cara, com apenas uma opção em copo.

Após o almoço, visitamos a centenário cave da Ferreira, mas confesso que acho chato e cansativo estas visitas “para encantar turista”, sempre com a mesma conversinha, detalhes pitorescos etc. Vale a pena para conhecer a arquitetura histórica do local, e, claro, passar ao final na loja da casa para comprar vinhos por 1/3 do valor que encontramos aqui no Brasil.


quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Portugal: cervejarias em Lisboa

Antes de embarcar para Portugal procurei, na internet e em publicações especializadas, dicas de restaurantes para visitar, principalmente em Lisboa. São dezenas, o que demandaria muito mais tempo do que eu tinha por lá. Além dos restaurantes, li ótimas referências sobre duas cervejarias locais: Portugália e Ramiro.

A primeira é uma rede, com várias unidades na cidade. Bem tradicional, inclusive no atendimento, sem a simpatia e a atenção que nós, brasileiros, gostamos e nos acostumamos nos grandes centros, como em São Paulo (Faço um parênteses aqui para comentar sobre a grande diferença no nível de serviço entre os restaurantes bons daqui e de lá. Isso vale para tudo: quantidade de garçons no salão - lá são poucos -, cortesia, disponibilização de sommelier, agilidade etc. Realmente estamos mal acostumados). No cardápio aparecem gambas, mariscos, polvo, bacalhau, pregos, filés, omeletes, queijos e presunto de porco preto. Tudo bem feito, com muito sabor. Para beber, uma boa cerveja local. Ótima qualidade. (http://www.portugalia.pt/)

Outra cervejaria famosa é a Ramiro (www.cervejariaramiro.pt), especializada em frutos do mar. Lugar também muito simples e pequeno, mas com atendimento mais simpático e bem ágil. Vale a pena pedir cada um dos itens do cardápio, como o presunto pata negra, a Gambá Tigre gigante (camarão), os logostins, a Sapateira (caranguejo gigante) etc. Embora tenha uma razoável carta de vinhos, vale à pena ficar na imperial (chopp) Sagres.
São dois bons locais para conhecer.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Portugal: Fialho em Évora

Évora transpira história com seu centro murado, seus mais de dois mil anos de história e sua arquitetura peculiar que reflete a cultura dos vários povos que tiveram controle sobre a cidade. Mas antes de conhecer detalhes do belo local, fui almoçar no Fialho, uma instituição local, freqüentado pela sociedade Alentejana e por turistas “bons de garfo” do mundo todo. É uma casa pequena, aconchegante e histórica, com boa comida.

Encarei um dos pratos tradicionais do Alentejo, um bem feito Borrego (Cordeiro) Assado no Forno com Batatas, precedido de uma maravilhosa empada de galinha. Para acompanhar, meia garrafa de um tinto regional, não me lembro qual. De sobremesa, Queijadas de Évora (a nossa queinadinha, mas muito melhor, sem coco) e Encharcada de Mourão (o nosso Fios de Ovos, porém mais úmido).

Pena que minha estada lá foi rápida e não consegui experimentar outros pratos da ementa (cardápio), como Lombinhos de Javali, Perdiz à Convento da Cartuxa e Arroz de Pombo.

Portugal: Visitando a Quinta da Bacalhôa


Estive ausente do blog devido a uma recente viagem para Portugal. Uma de minhas paradas lá foi na Quinta da Bacalhôa, no Azeitão (30 a 40 minutos de Lisboa), onde é produzido o vinho homônimo e o Palácio da Bacalhôa, entre outros. A vinícola pertence ao megaempresário Joe Berardo, que, ao que parece, está comprando tudo por lá. A última aquisição foi a ótimo Quinta do Carmo, no Alentejo, antes controlada pelos Rothschild, donos do Château Lafite.

Meu interesse em conhecer a propriedade foi motivado por uma degustação da qual participei em 2000, em um evento da Expand, com a presença do enólogo da casa. Na oportunidade, degustamos safras bem antigas do Quinta da Bacalhôa, o primeiro Cabernet Sauvignon produzido em Portugal. Todas estavam boas, inclusive a primeira safra, 1979. De lá para cá fui, pouco a pouco, formando uma vertical do rótulo em minha adega, de 2000 em diante (e também do Palácio da Bacalhôa). Embora o Quinta da Bacalhôa não seja um vinho festejado entre os tantos portugueses que fazem sucesso, eu gosto bastante. Acho que, embora seja produzido com a onipresente Cabernet Sauvignon, ele tem um estilo inconfundivelmente português.

O local é muito bonito, histórico e tem em seu interior uma ínfima parte da coleção de obras de arte Joe Berardo, que é considerado o maior colecionador de arte de Portugal. Foi uma visita protocolar, estilo turista mesmo. E no final comprei alguns rótulos das empresas do grupo. Saí de lá atrasado para almoçar em Évora, no Alentejo, distante cerca de 1 hora do Azeitão.